Conversations on Pratical Rationality and Human Action (2007-2010) (prolongado até 2011)

Director: Sofia Miguens

Conversations on Human Action and Rationality
Data de início: 20/07/2007
Fim do Projecto: 31/12/2009

Finaciamento: Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (28 000 euro)


Este é o projecto de elaboração de um livro de entrevistas sob o título Conversations on Practical Rationality. A racionalidade na acção é um domínio do pensamento filosófico largamente explorado na actualidade, nomeadamente no campo da economia, da ciência cognitiva e da psicologia cognitiva, dadas as suas profundas implicações em questões que vão desde o foro económico-social até ao terreno da moralidade e ética – questões que abrangem, portanto, toda a amplitude da acção humana.
Trata-se de uma área de estudo pouco desenvolvida em Portugal (e em língua portuguesa) apesar de dizer respeito a dimensões essenciais da acção humana e acarretar por isso consequências directas para a vida individual e em sociedade. As questões teóricas da racionalidade podem, de facto, fornecer matéria para reflexão em diversas vertentes e dimensões práticas, todas elas importantes se o que queremos é um melhor conhecimento do que significa ser humano – as suas estruturas e limites cognitivos, as suas imperfeições e potencialidades, a sua liberdade enquanto agente.
Com efeito, as questões que se prendem com a racionalidade na acção revestem-se de um amplo significado prático na medida em que tocam, por exemplo, os problemas da racionalidade dos agentes económicos, alguns importantes temas de carácter ético-prático, podem gerar consequências relevantes no entendimento acerca do agente num ordenamento jurídico, assim como podem produzir avanços conceptuais na prática da psicologia. Pode de igual modo ser traçada uma relação horizontal unindo o tópico da racionalidade na acção às Ciências Cognitivas, na medida em que uma teoria da racionalidade na acção resulta essencial na construção de sistemas inteligentes no âmbito de programas da Inteligência Artificial.
Podemos dividir os objectivos deste projecto em dois tipos: objectivos práticos-aplicados e objectivos teóricos.
Os referidos objectivos práticos-aplicados constituem um importante conjunto de metas ligadas: a) ao fomento e criação da cooperação entre instituições de investigação portuguesas e estrangeiras, principalmente as americanas; b) ao desenvolvimento de um ambiente propício para produzir investigações, a partir dos estudos sobre a acção humana e a racionalidade na acção, aplicadas directamente à formulação de políticas públicas sociais e económicas e ao desenvolvimento de trabalhos acerca das possibilidades de responsabilização da acção humana como um elemento sofisticador do ordenamento jurídico português e, porque não, europeu; c) à divulgação e ao alargamento da presença da comunidade científica portuguesa no contexto internacional – especificamente do MLAG e de outras instituições e investigadores que venham a fazer parte da rede que deverá formar-se a partir deste projecto.
Os objectivos teóricos são: a) fazer o mapeamento do estado da arte na área específica do livro; b) trazer à tona o pensamento contemporâneo acerca do tema de forma sistemática e crítica; c) num primeiro momento, sensibilizar investigadores de outras áreas para o tema e para a abordagem em causa e, num segundo momento, incentivar investigações aplicadas a partir deste referencial teórico.
O objectivo geral a que nos devotamos é que um tal livro constitua uma referência literária na matéria, que seja uma obra que sirva tanto de introdução geral como vise o aprofundamento de certas questões particulares que consideremos essenciais. Será um livro que se quer cientificamente rigoroso, mas, simultaneamente, acessível e facilmente manejável pelo público em geral. Pretende-se que seja de uma utilidade avultada tanto para estudantes como para investigadores, e que chegue a um mercado considerável, pois espera-se que seja editado em Portugal e no Brasil, e em inglês por uma editora de renome internacional.
Será, então, constituído por entrevistas sobre o tópico da racionalidade na acção direccionadas aos principais autores da filosofia analítica (à excepção de Kahneman e de Gigerenzer, que são psicólogos cognitivos).

As entrevistas serão construídas a partir da seguinte estrutura básica:
a) definições de base (por exemplo: o que é “rationality in action?”)
b) aspectos introdutórios das teses do autor
c) debate entre as teses do autor e teses concorrentes
d) debates específicos acerca do trabalho do autor e suas implicações
e) agenda de investigação futura do autor e questões que deveriam ser investigadas por outros e por outras disciplinas.
6. Racionalidade na Acção (insere-se no projecto Conversations on Human Action and Rationality)
Este é o projecto de um livro de entrevistas sobre o tema da racionalidade na acção que contará com a participação daquelas pessoas que, em língua portuguesa, se dedicam mais profundamente ao seu estudo, ou que seguem uma linha de investigação que nos parece a mais interessante.
O livro será composto de um artigo introdutório elaborado pelos editores (onde se apresentam os intentos e propósitos do livro e se desenham os contornos do tema fazendo uma aproximação ao seu estado da arte), seguido das entrevistas, de possíveis comentários e objecções às entrevistas feitos pelos próprios autores, e de um texto sistematizador onde se procurarão traçar as conclusões do que vier a ser apresentado.
Para que essas conclusões possam ser retiradas de forma clara e precisa, a estrutura das entrevistas será igual para todos os autores e as primeiras dez questões a efectuar serão também idênticas. São elas:
Perguntas de carácter geral:
O que é a filosofia da acção?
O que pode contar como uma acção?
Qual o melhor modelo de explicação da acção?
Há lugar para o inconsciente na questão da explicação da acção?
O que é a racionalidade prática?
Em que consiste uma acção irracional?
Perguntas de carácter mais complexo/específico:
Como é possível agir de forma intencional e acrática, concomitantemente?
Existem alternativas ao modelo crença-desejo? Quais são?
Quais são as implicações de uma teoria causal da acção (por exemplo, no que toca ao problema mente-corpo)?
O raciocínio prático termina na formação de uma intenção ou na acção propriamente dita?
Quais as possíveis ligações entre a filosofia da acção e outros domínios do conhecimento, filosófico ou não?
As restantes cinco questões serão relativas ao trabalho elaborado pelos próprios autores e dirão por isso respeito a pontos específicos suscitados por alguns artigos que os entrevistados escolherão como alvo de reflexão.
O objectivo a que nos propomos é que este livro venha a constituir um elemento sistematizador em torno da investigação sobre racionalidade prática realizada em língua portuguesa, para dessa forma proporcionar um primeiro contacto com o tema aos leitores e possíveis interessados em realizar trabalhos nessa área.



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Página actualizada a 20-03-2013 @ 15:36

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