Conferências de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto II
| AAVV 2000 Conferências de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto II Colecção Nous, Campo das Letras |
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Edição: 2000
Páginas: 200
Editora: Campo das Letras
O segundo tomo das Conferências de Filosofia retoma a questão do primeiro pelo seu lado mais intrigante e misterioso: o que é afinal o homem sofredor?
Todo o homem sofre, como todo o homem se alegra, nasce e morre. Mas as realidades da dor e do sofrimento, juntamente com a da morte, configuram-se actualmente como realidades cujo sentido é fundacional. E daí a sua crescente importância filosófica. Ao clássico 'espanto', ao 'assombro' perante a maravilha plenificadora do mundo - como experiência radical do filosofar - parece seguir-se, e depois de uma crise dos fundamentos inerentes ao discurso auto-referente do racionalismo moderno, a experiência da perda, da falta, do desequilíbrio, a experiência do desconcerto, da injustificação como experiência filosófica fundacional.
O fundamento reequaciona-se então como encaminhamento para um desejo de justiça mais original do que o da vontade de saber. A experiência do sofrimento, balbuciando a experiência do mal, subordina a busca da Verdade à do verdadeiro Bem. O espanto terá portanto uma inspiração ética, já detectável, segundo Porée, na "República" de Platão. Para este Autor, o sofrimento é mesmo designado como a própria possibilidade de reflexão. (Maria José Cantista)
Oito pensadores franceses contribuíram, a partir de perspectivas várias, desde epistemológicas a éticas e ontológicas, para a tentativa de compreensão deste fenómeno. São as suas conferências que agora se publicam. O volume conta com a participação de Pascal Engel, Jean-Pierre Dupuy, Jérôme Porée,
ÍNDICE
Préface, p . 7
Introdução, p. 11
- Le mental - Philosophie de la psychologie, p. 17- Malheur et liberté, p. 41
- Stimmung, Verstimmung et Leiblichkeit dans la schizofrénie, p. 57
- Souffrance et discours philosophique, p .71
- Le Détour et le sacrifice - Illich et Girard, p. 103
