Inverter a Educação - De Giles Deleuze à Filosofia da Educação

Nuno Fadigas
2003
Inverter a Educação - De Giles Deleuze à Filosofia da Educação

Edição: 2003
Páginas: 112
Editora: Porto Editora

A afirmação da diferença pela repetição que Deleuze propõe para concretizarmos a diferença é uma ferramenta essencial para nos apercebermos do erro em que incorremos quando a confundimos com o oposto; mais concretamente, e para o caso que nos interessa, para constatarmos a incorrecção que realizamos ao tentarmos afirmar a diferença relativamente à pedagogia tradicional através da assunção de finalidades e de procedimentos didácticos contrários aos daquela. De acordo com o "platonismo invertido" de Deleuze, fazer o diferente de algo não significa fazer o oposto desse algo que criticamos; significa, sim, pensá-lo de modo diferente para que, fazendo-o do mesmo modo, possamos fazer o seu diferente. O aparente problema da tradição - e, logo, dos métodos tradicionais da educação - não é uma patologia sua. É um problema do nosso método de diagnóstico que não nos permite percepcioná-la de modo diferente. Como tal, deixamos de conhecer para passarmos apenas a reconhecê-la.

É, pois, esta a razão por que a tarefa da filosofia da educação consiste na inversão do platonismo educacional, na possibilidade de dar voz aos dissemelhantes no seu discurso, na criação - que é diferença! - de conceitos que se relacionam com a educação. Talvez, deste modo, possamos verificar que muitos dos conceitos aos quais precocemente registámos o óbito são, afinal, os instrumentos que mais necessitamos para concretizar os objectivos que a educação na contemporaneidade se propõe fazer atingir.



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