Isabel Baptista 2005 Dar rosto ao futuro - A educação como compromisso ético |
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Só um sujeito verdadeiramente implicado no seu presente se torna capaz de futuro. Este é, afinal, um dos grandes paradoxos do tempo: é no presente que podemos ser sujeitos de passado e de futuro. Que podemos, enfim, tomar conta do tempo que nos coube viver. A tarefa do educador está, de um modo muito especial, marcada por esta misteriosa relação com as diferentes dimensões do tempo. Cabe-lhe dar «rosto ao futuro», ajudando a abrir portas para um mundo que, na verdade, lhe é desconhecido. (…) A responsabilidade pelo futuro não pode ser entendida apenas como responsabilidade perante a humanidade que há-de vir, mas sim como dever de proximidade, de relação, com o tempo do outro, apresentado de forma radicalmente singular no rosto de cada educando