Ciclo de Conferências Filosofia e Literatura

07-06-2013

Ciclo de Conferências

FILOSOFIA E LITERATURA

7 de Junho 2013 | 16h00

Sala 208 (Piso 2) | FLUP

[Entrada livre]

O Grupo de Investigação Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal do Instituto de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto tem o prazer de convidar todos os interessados para a conferência "Pessoa, Píndaro e Homero ou a vontade de Poder ser o que se é”, que será apresentada por Julia Alonso Diéguez (Espanha)*, no âmbito do Ciclo de Conferências "Filosofia e Literatura".

[CARTAZ]


PESSOA, PÍNDARO E HOMERO OU A VONTADE DE “PODER SER O QUE SE É”

O título desta comunicação pessoana, está inspirado em versos pindáricos escolhidos tanto por Nietzsche como por Pessoa para reforçar a sua versão de Super-homem e do Ultra-homem; o homem esforçado e auto-poiético.

Vai tratar sobre o asunto do conhecimento entendido como actividade poiética; como esse “arte superior” desenvolvido por aristócratas do pensamento que como os funámbulos na corda bamba caminhan sobre o abismo.

Ao enlaçar o más antigo e o mais novo, desvenda-se a insuficiência da filosofía para poder abordar uma verdade a que não se chega pela explicação, uma verdade “pressentida”, en laçada com o arretón, com um misterio velado que tem a ver mais com um pensamento noético muito antigo, ante-predicativo que com uma razão cientista e técnica. Vamos pois a falar de uma outra verdade.

Se nos detemos na Pítica II-72 de Píndaro, e na Nemea VI, 1-8, a primeira evocada por Nietzsche en Ecce Homo, quando ele levanta a questão: “como se pode ser aquilo que se é?”, e a segunda , rememorada por  Fernando Pessoa através do personagem-filósofo Antonio Mora, no Regreso dos deuses, temos de reflectir sobre tudo na grande riqueza de sentidos que são derivados do original imperativo pindárico: faz de você o que, é tal como aprendido tem você!, e da consideração que Pessoa tem do relacionamento do homem com os deuses, quando afirma que a raça dos homens e sos deuses e uma sola”. É ahí onde enlaçamos a Pessoa com o Ulises do Homero, o homem viajante, o argonauta que com ajuda, e também contra a vontade dos deuses, demonstrou a sua astucia, a sua destreza e a sua capacidade esforçada para chegar a “Patria”, por roteiros entranhos.

Em Pindaro e Homero assim como em Nietzsche e Pessoa destaques a escolha dum viver que representa o nível máximo do deseo e da vontade de poder auto-re-criar-se de maneira permanente. Esa “vontade de poder ser o que se é” implica uma filosofia do futuro sustentada nas diferenças e superadora do conceito.

O desejo duma ascensão no conhecimento requer, sem dúvida, uma prévia descida, um des-aprender-se, voltar a ser criança, e, por último, un fortalecimento da capacidade de observação que comporte a captação instantânea de um momento apropositado, tempestivo, isto é o momento certo da “presença”: o kairós.

Em suma, estamos perante profetas que desde paradigmas encontrados projetam a figura de um Super-Homem ou um Ultra -Homem que pela força de vontade e o desejo de superação foi capaz de desmascarar as ficções e superar a si mesmo. Esse processo não rejeita a dor daqueles que, desde a mais profunda das solitudes " iniciam uma viagem incerta" pelas estradas, atravessam pontes, chegam ao  "limiar", tornando-se, no caso de Pessoa-Ulises, en um "Argonauta das sensações”

 

* Julia Alonso Diéguez (Espanha) - CV: 

 

Organização: Maria Celeste Natário - Investigadora Responsável do Grupo de Investigação "Raízes e Horizontes da Filosofia e da Cultura em Portugal"

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